Criadas para qualificar profissionais que atendam aos objetivos estratégicos das empresas, as universidades corporativas estão em ascensão no Brasil. Mas há quem não tenha certeza se esses cursos são capazes de substituir as escolas tradicionais de graduação, pós e especialização.
Com a intenção de capacitar seus funcionários e executivos de forma personalizada, o Bradesco transformou o antigo departamento de treinamento em uma universidade corporativa, a Unibrad. O projeto foi desenvolvido durante um ano e meio e envolveu 200 pessoas na elaboração de cursos, aulas a distância, publicações e eventos para as nove escolas que compõem a nova estrutura. Fisicamente, a universidade não terá uma única sede e vai usar as instalações já existentes em Osasco (São Paulo) e em outras 14 unidades espalhadas pelo país. Segundo Glaucimar Peticov, diretora de RH, a Unibrad também vai apoiar os processos internos de sucessão do banco.
A principal diferença entre a universidade tradicional e a corporativa é: a primeira tem um sistema educacional formal que prepara o aluno para o mundo do trabalho e a segunda um ensino voltado à necessidade de cada negócio.
Até 1999 eram apenas 10 instituições do gênero no País e em 2009 o número havia subido para 250, segundo um levantamento da professora Marisa Eboli, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).
Outras grandes empresas e organizações já contam com suas universidades corporativas. Entre elas, Vale, Petrobras, Embraer, Sabesp, Motorola, Ernst & Young, Pepsico, Amil, Accor, McDonald?s e Brahma.
De acordo com Cíntia Bortotto, especialista em planejamento de carreira e em Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o maior número de iniciativas desse tipo mostra que o mercado tem dificuldade em encontrar profissionais qualificados.
"As empresas acabam fazendo um papel que seria do Estado, qualificando profissionais com os perfis específicos que não encontram no mercado", diz.
Educação continuada
Os cursos corporativos têm como proposta a educação continuada e pertencem a uma das áreas:
Gestão: cursos para atuais ou futuros gestores da empresa;
Cidadania: sobre responsabilidade social e ambiência corporativa;
Suporte operacional: para áreas de suporte, como jurídico, engenharia, RH, entre outros;
Negócios: cursos sobre os novos produtos da empresa;
Núcleo de formação ampliada: incentivo a graduação e pós.
São chamados de universidade e mantêm parcerias com instituições de ensino superior, mas, em sua maioria, não são reconhecidos pelo MEC. Isso ocorre porque são muito focados nos objetivos das empresas.
Esse não reconhecimento, segundo Cíntia, pode reduzir o seu valor no mercado de trabalho. "Por isso, o ideal é que haja um esforço, principalmente dos jovens profissionais, em não deixar a universidade tradicional de lado, em prol da corporativa."
Um certificado desta última, porém, pode fazer toda a diferença quando se quer fazer carreira dentro da empresa.
Esse não reconhecimento, segundo Cíntia, pode reduzir o seu valor no mercado de trabalho. "Por isso, o ideal é que haja um esforço, principalmente dos jovens profissionais, em não deixar a universidade tradicional de lado, em prol da corporativa."Um certificado desta última, porém, pode fazer toda a diferença quando se quer fazer carreira dentro da empresa.
Um certificado desta última, porém, pode fazer toda a diferença quando se quer fazer carreira dentro da empresa.
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